Como funcionam o plano de saúde só para consultas e exames
Este projeto, na prática, pede que os reajustes deixem de ser limitados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A ideia é que cada operadora apresente sua variação de custo e a agência verifique e autorize. Além disso, as operadoras querem ampliar os tipos de contratos, o que chamam de modulação de produtos.
Com isso tudo, a ideia é criar a possibilidade de contratação de módulos só com consultas, outro de exames, um de terapias (como tratamento de câncer) e ainda outro hospitalar, sendo este último o único que daria direito à emergência.
Como esse convênio médico funciona?
Quem tiver plano só de consulta, vai ter que pagar pelos exames ou recorrer ao SUS. Já quem tem um conjugado de consultas e exames, mas não o de terapia e descobrir um câncer, vai ter que se tratar no serviço público.
E em todos esses casos, quem não contratou o pacote de hospital, se quebrar um braço, vai para o hospital público ou paga pelo atendimento.
Quais os benefícios de plano de saúde só para consultas e exames?
Para Vera Valente, diretora executiva da Fenasaúde, com esse novo formato, aqueles que dependem, hoje, 100% do SUS poderiam, enfim, contar com o suporte de um bom plano de saúde.
Inclusive, modelo semelhante é aplicado no Canadá, onde a integração entre a saúde suplementar e a pública ocorrem em grande sintonia. Porém, ainda não sabe como isto poderia ser aplicado ao Brasil, por isso há opiniões divididas.
“Em países como o Canadá, onde existem planos de saúde complementares à oferta pública para um segmento expressivo da população, essa integração funciona perfeitamente, facilitando o traslado do paciente da atenção pública para a do plano e vice-versa.
No Brasil, a saúde suplementar e o sistema público funcionam como compartimentos estanques.”
Aliviar o SUS
Outro ponto levantado é a possibilidade de aliviar o SUS, pois muitos atendimento estariam disponíveis em planos mais acessíveis. Porém, este novo projeto ainda está levantando muitas polêmicas com relação aos seus prós e contras.
Para o médico Luiz Roberto Londres, fundador do Instituto de Medicina e Cidadania, não cabe falar em modulação. “Não há como se garantir atenção integral à saúde, é uma desfiguração da medicina. Estou certo que a única saída é recuperar o SUS.”
O titular da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Luciano Timm, diz que pediu à ANS dados econômicos das empresas para avaliar a abrangência do rol e o impacto da judicialização.
“Quando um consumidor vai à Justiça pedir um medicamento ou procedimento que não está contemplado no rol, estamos olhando para uma árvore. A missão da Senacon é olhar para a floresta.”
O projeto ainda será analisado no mês de outubro para entender os possíveis desdobramentos e se haverá continuidade ou não.
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