Planos de saúde mais baratos valem a pena?
Planos de saúde mais baratos? Confira se contratar serviços parciais vale a pena
Ainda vivendo reflexos da situação econômica problemática do país, muitos brasileiros estão buscando alternativas para economizar. Ao rever os gastos mensais, por exemplo, cancelar o plano de saúde inteiramente pode trazer um alívio financeiro imediato e necessário.
Somente em fevereiro deste ano, 37 mil pessoas deixaram de ter um plano de assistência médica, quando comparado com o mesmo mês de 2017, segundo dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Já os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que nos dois últimos anos, mais de um milhão de brasileiros deixaram de ter um plano.
SUS
Com isto, no entanto, o problema é que, para quem está habituado a ter um atendimento mais rápido, depender do SUS (Sistema Único de Saúde) pode ser um problema. Principalmente ser mais demorado, ainda mais quando se trata de agendamento de exames ou na consulta com especialistas.
Buscando Planos mais baratos
“Antes de a pessoa desistir de ter um plano vale, sim, contatar um corretor e buscar algumas alternativas mais baratas”, afirma o superintendente de regulação da FenaSaúde, Sandro Leal.
Leal se refere as categorias as quais os planos são divididos.
Por exemplo, tipo de contratação (planos individuais/familiares e empresariais); cobertura (local, regional, nacional e internacional); tipo de acomodação (quarto particular ou enfermaria coletiva); e rede referenciada (hospitais e médicos disponíveis).
Outra opção ainda é a segmentação assistencial. Ou seja, os planos com cobertura parcial. É o caso dos planos que dão direito só a consultas e exames, mas não à internação em hospital.
Segundo dados da ANS, a diferença de preços, ao rever um plano, pode chegar a 75%.
Quais serviços parciais existem?
Segundo a ANS, são 12 tipos de segmentação regulados no Brasil.
“A segmentação do plano é justamente a composição das coberturas e vai definir a que tipo de atendimento o consumidor terá direito”, afirma Karla Coelho, diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.
As mais importantes são:
-Ambulatorial: cobre exames, consultas e terapias, mas não tem incluso internação em hospital. Somente em casos de emergência, o beneficiário poderá ficar internado por, no máximo, 12 horas.
Caso seja preciso um maior tempo de internação, o paciente terá de arcar com os custos ou será encaminhado ao SUS. No caso de uma cirurgia, não é coberta a internação.
–Hospitalar: possibilita internação em hospitais conveniados sem limites de dias. Porém, não cobre consultas e exames que não estejam relacionados à internação.
-Ambulatorial + hospitalar: é a união das duas coberturas acima. Assegura consultas, exames, terapias e internações sem limite de dias. A internação pode ser em apartamento privado. Pode ser com ou sem obstetrícia.
-Referência: abrange consultas, exames, internações e outros procedimentos médico-hospitalares. A internação, no entanto, é em enfermaria (quarto coletivo).
Vale a pena este serviço no plano de saude?
Esta é uma decisão que envolve diversos critérios, principalmente o bem estar familiar. A maior dica é listrar os prós e contras que cada segmentação oferece e avaliar conforme a sua realidade.
“Se você é uma pessoa com saúde OK, que faz um check-up por ano, vale a pena trocar um referencial por um hospitalar, por exemplo”, diz Estela Tolezani, advogada especializada em direito à saúde.
“Agora, se você possui necessidades que só serão atendidas na segmentação mais completa, deve levar em conta e permanecer onde está”, afirma.
Segundo afirma a ANS, em média, uma pessoa de 59 anos ou mais, no plano individual, gastaria R$ 1.180 na segmentação ambulatorial + hospitalar; R$ 678 na hospitalar e R$ 388 na ambulatorial.
Na mesma situação, um consumidor entre 29 e 33 anos pagaria mensalmente R$ 327 (ambulatorial + hospitalar), R$ 186 (hospitalar) e R$ 119 (ambulatorial).
Logo, é preciso considerar a relação necessidade/cobertura para a melhor decisão.
Optar pelo seguro saúde é boa opção?
O seguro saúde funciona de uma forma um pouco diferente do sistema de planos. Nele, geralmente a pessoa é bancar todas as despesas médicas para, então, pedir reembolso à empresa.
O valor máximo do reembolso, no entanto, é definido pela operadora na hora da contratação e, assim, é limitado. Por exemplo, se o consumidor gastou R$ 300 em uma consulta, mas o seguro saúde prevê o reembolso de somente R$ 150, o contratante terá de pagar do próprio bolso a diferença.
“Em termos do produto, talvez seja essa a principal diferença [entre plano de saúde e seguro saúde]”, diz Leal, da Fenasaúde.
“O seguro saúde dá livre escolha e possibilidade de reembolso. O consumidor pode ir a qualquer médico ou prestador de serviço que ele deseje, e aí ele vai entrar com pedido de reembolso.”.
Ou seja, o seguro saúde dá mais liberdade de escolha para o usuário. Mas, apesar de não haver números, especialistas afirmam que o seguro saúde tem um preço mais alto que os planos de saúde.
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