Custo em alta faz empresas mudarem os planos de saúde empresariais
Pesquisa da Mercer Marsh mostra que 40% dos entrevistados planejam trocar os planos de saúde empresariais.
O lado mais temido do corte de custos nas empresas é a demissão. Nos bastidores, porém, várias outras medidas são estudadas para melhorar o equilíbrio financeiro delas. Administrar melhor o plano de saúde empresarial, mudando coberturas ou até trocando de plano de saúde, é uma das alternativas – e que está no radar de 40% das empresas que oferecem assistência médica empresarial a seus empregados. É que a inflação médica – o aumento dos custos da saúde acima da inflação econômica – tem sido a dor de cabeça da maioria das empresas e planos de saúde.
“Em 2015, as empresas tiveram um aumento médio de 14,8% nos custos de planos de saúde para funcionários. Isso ocorreu por conta de a inflação médica estar acima da inflação de preços, entre 7 e 8 pontos percentuais. O custo da assistência médica na folha de pagamento subiu de 10,38% para 11,54% neste ano”, atesta o consultor sênior da Mercer Marsh Benefícios, Francisco Bruno. Os dados constam da 27ª Pesquisa de Benefícios da Mercer Marsh, realizada com 513 empresas de 31 segmentos da economia, sendo que 7% atuam em Minas Gerais.
Segundo o estudo, 45% das empresas entrevistadas pretendem fazer alguma mudança em seus programas de saúde em até um ano e outras 13% farão mudanças nos próximos dois anos. Entre as que planejam fazer alterações, 26% declaram que o farão em busca de redução de custos. Cerca de 40% delas dizem que irão fazer mudança de fornecedor (planos de saúde, planos odontológicos, etc.) em até um ano. Outros 9% da amostra farão mudanças em até dois anos. Em 60% dos casos, a mudança será para reduzir custos com o plano de saúde empresarial.
O conjunto da amostra – que abriga 1,2 milhão de empregados e 2 milhões de segurados, incluindo dependentes – revela que a despesa média por trabalhador com a assistência médica empresarial, que era de R$ 196,17 em 2014, subiu para R$ 225,23 em 2015. Por isso, uma das estratégias para controlar gastos com a assistência médica aos trabalhadores tem sido o compartilhamento de custo – o patrão paga uma parte e o empregado, outra. Segundo a pesquisa da Mercer Marsh, neste ano, 51% das empresas passaram a dividir com os funcionários o pagamento do custo mensal fixo dos planos de saúde empresariais. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Bradesco Saúde alegaram luto para não dar entrevista.
Particular
Rede. Neste ano, a rede particular de saúde perdeu 400 mil clientes por conta do desemprego, segundo o presidente da Associação dos Hospitais, Francisco Balestrin. Esse número pode piorar.
Unimed-BH tem 60% em contratos coletivos
Com 1,182 milhão de clientes, a Unimed-BH tem 20% deles em planos individual ou familiar; 20% em contratos coletivos por adesão e 60% em contratos coletivos empresariais. São cerca de 25 mil empresas que oferecem planos da Unimed-BH a seus funcionários. O superintendente comercial e de marketing da cooperativa, Marcelo Coury, concorda que “de fato, há um aumento nos custos médicos e isso leva à necessidade de reajustes, com impactos significativos, principalmente no cenário atual”.
A Unimed-BH tem analistas acompanhando o histórico, a evolução do índice de utilização de serviços e as negociações para reajuste. “Isso permite que ações sejam promovidas caso haja um uso inadequado, por exemplo, que pode gerar desperdício e impactar no custo para o beneficiário ou a empresa”. Além disso, tem o Unimed Pleno, “que pode ser uma alternativa de uso mais racional do plano de saúde empresarial, com reflexos nos custos”.