Custo do plano de saúde para funcionário cresce 14,8%
Alto custo do plano de saúde traz desafios para o RH e empresas apostam em programas de qualidade de vida e prevenção para reduzir custos
As empresas tiveram um aumento médio de 14,8% no custo de plano de saúde para funcionários em 2015. O custo médio per capta do benefício saltou de R$ 196,17, em 2014, para R$ 225, 23 este ano. Com o avanço, os gastos com planos de saúde passaram a representar o equivalente a 11,54% dos gastos das empresas com a folha de pagamentos. Em 2012, o índice representava o equivalente a 10,38% da folha das organizações pesquisadas.
Os dados constam de estudo realizado pela Mercer Marsh Benefícios™, divisão de consultoria e gestão de benefícios da Marsh, líder mundial em corretagem de seguros e gerenciamento de riscos. O estudo ouviu 513 companhias, de 31 segmento da economia. Cerca de 61% da amostra foi composta por empresas com mais de R$ 100 milhões de faturamento ao ano, sendo 69% multinacionais e 31% de empresas de capital nacional. O conjunto da amostra abriga 1,2 milhão de colaboradores e 2 milhões de segurados (incluindo dependentes).
De acordo com o levantamento, 51% das empresas já adotam o modelo de compartilhamento do financiamento dos planos de saúde com os colaboradores. Eles subsidiam, em média, 78% dos custos fixos dos planos de saúde.
A pesquisa mostra também que, embora os planos de saúde sejam fontes de forte pressão de custos, poucas empresas adotam programas de qualidade de vida com foco na prevenção e manutenção da saúde dos funcionários, com consequente redução da utilização dos planos. Segundo os dados da Mercer Marsh Benefícios™, 32% adotam algum programa de qualidade de vida e só 20% mantem programas realmente estruturados em torno do tema.
Deste universo de 20%, que adotam programas estruturados, 85% patrocinam programas de vacinação para seus funcionários, 63% mantém programas de atividades físicas para os colaboradores, 62% adotam programas de nutrição saudável, 53% adotam iniciativas para cuidar da saúde emocional dos colaboradores e 34% adotam alguma iniciativa de prevenção de DST (doenças sexualmente transmissíveis).
Ainda no universo de 20% das empresas que adotam programas estruturados de qualidade de vida, 66% estão trabalhando para diminuir ou eliminar riscos cuidando da ergonomia no ambiente de trabalho, 54% patrocinam checkups dos funcionários, 47% realizam mapeamentos de perfil de saúde dos colaboradores, 44% adotam mapeamentos para saúde bucal, 35% mantem programas para ajudar os colaboradores a abandonar o consumo do cigarro e 26% mantém programas de ortopedia.
Prevenção e Qualidade de Vida
O combate ao custo do plano de saúde também está motivando este universo restrito de companhias a adotarem programas de gerenciamento de doenças crônicas, que já são aplicados em 47% das empresas pesquisadas. Programas de monitoramento de internações dos beneficiários já são praticados em 37% das organizações e 29% já adotam o recurso da segunda opinião médica para o tratamento de funcionários em casos mais complexos.
“A estruturação de programas de qualidade de vida é fundamental para controlar os custos dos planos de saúde no futuro, mas ainda uma parcela pequena das empresas está fazendo algo neste sentido. 80% das companhias não tem nenhum programa estruturado na área e estão mais expostas ao crescimento dos gastos com saúde e os impactos negativos deste benefício em seus resultados”, diz Mariana Dias, líder da área de consultoria e gestão atuarial da Mercer Marsh Benefícios e uma das coordenadoras do levantamento.
Segundo o estudo, 45% das empresas entrevistadas pretendem fazer alguma mudança em seus programas de saúde em até um ano e outras 13% farão mudanças nos próximos dois anos. Entre as que planejam fazer alterações, 26% declaram que o farão em busca de redução de custos.
A troca de fornecedores também está no radar das empresas. Cerca de 40% das empresas ouvidas para o levantamento, dizem que irão fazer mudança de fornecedor (planos de saúde, planos odontológicos, etc) em até 1 ano. Outros 9% da amostra farão mudanças em até dois anos. Em 60% dos casos, a mudança terá como objetivo a redução de custos dos planos de saúde junto aos prestadores.